Ela que era uma adorável biruta.
Que outra mãe teria coragem de pegar o filho mais velho, e o filho mais novo (myself) agarrados na saia e carregar até à Praça Onze, pra curtir a folia dos anos 60 ?
Ela amava o carnaval.
É bonito abrir o álbum de famíla e contemplá-la nas suas variadas encarnações: tirolesa, jardineira, pirata, baiana, foliã incansável.
Os blocos passavam, e assistíamos do meio fio os passistas e as pastoras desenvolverem sua arte de inventar passos coreográficos absolutamente mágicos.
De tão próximos, sentíamos o hálito quente e perfumado das fantasias.
Um dia – e há sempre um dia – irrompeu, sabe-se lá de onde ou porquê, a polícia montada, no meio dos foliões.
Houve correria, pânico, desmaios, desespero, lágrimas, xingamentos, talvez tiros.
E Dona Maria abraçada aos seus dois pintinhos, o coração pulando dentro da boca, encostada no muro de uma daquelas ruas laterais mal iluminadas, enquanto a multidão corria e gritava de um lado pro outro, sem destino.
Assim termina a história dos nossos carnavais na Praça Onze.
Como eu disse; ela era uma adorável biruta, não uma irresponsável biruta.
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Castello saúda o bloco da dona Maria, que já fez sua passagem.
E deseja um bom carnaval a todos.
Ah! Dona Maria! Tive a felicidade de conhecê-la! E para além disso, tive a felicidade de conhecer seu fruto! E não me esqueço, daquele dia, do aniversário, do email misterioso, foi ela sim, e tem bastante conexão com essa coisa de carnaval e fantasia. Ave Maria! beijos
ResponderExcluirLinda esta história de dona maria!
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