sexta-feira, 29 de outubro de 2010

Voto útil. Voto fútil.

Um dia, a democracia será pra valer no nosso país. O voto deixará de ser obrigatório. Os partidos terão mais participação popular, principalmente na hora de escolher seus candiatos à cargos eletivos. Estas duas conquistas me livrariam do incômodo de não ter um representante em quem votar, e do trabalho de sair de casa no domingão sómente pra autografar a lista do TRE.
O Sistemão tem uma capacidade inesgotável de tirar vantagem das suas imperfeições, e ipso facto, autopreservar-se.

O voto útil foi transformado, de maneira sub-reptícia, em posicionamento político. "Não tem candidato que o represente, vote no menos ruim".
É a ideologia do conformismo, arraigada em outros setores da nossa vida. Alguns exemplos:
Você entra na farmácia com a receita de um remédio, e lá vem o farmacêutico: - Acabou, mas leva esse aqui que é a mesma coisa.
O vendedor da loja de roupas: - Ela não está apertada, quando você começar a usar, vai alargar.

Até na música popular, está inoculado o vírus conformista: "Quem não tem colírio, usa óculos escuro". "Se não tem carne, eu compro um osso e ponho na sopa, e deixa andar, deixa andar". "Às vezes passava fome ao meu lado, e achava bonito não ter o que comer".

Nessas eleições resolvi dar um basta na empulhação. Votarei em branco.
Relaxar e gozar ? Só se for com a mulher amada.

Que Deus ilumine suas consciências na hora de confirmar os votos.
Boa sorte para todos.

(Luiz Castello)

sábado, 23 de outubro de 2010

A Mídia na Berlinda


A bolinha de papel que nocauteou José Serra, colocou os veículos de comunicação de massa, na berlinda. Acho oportuno apresentar a lista das “Dez Estratégias de Manipulação Através da Mídia", cuja autoria é atribuída ao linguista estadunidense Noam Chomsky.

Dez estratégias de manipulação midiática

1. Estratégia da distração. O elemento primordial do controle social é a estratégia da distração que consiste em desviar a atenção do público dos problemas importantes e das mudanças decididas pelas elites políticas e econômicas, mediante a técnica do dilúvio ou inundações de contínuas distrações e de informações insignificantes. A estratégia da distração é igualmente indispensável para impedir o público de se interessar pelos conhecimentos essenciais, na área da ciência, da economia, da psicologia, da neurobiologia e da cibernética. “Manter a atenção do público distraída, longe dos verdadeiros problemas sociais, cativada por temas sem importância real. Manter o público ocupado, ocupado, ocupado, sem nenhum tempo para pensar; de volta à granja como os outros animais (citação do texto “Armas silenciosas para guerras tranquilas”).”

2. Criar problemas, depois oferecer soluções. Esse método também é chamado “problema-reação-solução”. Cria-se um problema, uma “situação” prevista para causar certa reação no público, a fim de que este seja o mandante das medidas que se deseja fazer aceitar. Por exemplo: deixar que se desenvolva ou se intensifique a violência urbana, ou organizar atentados sangrentos, a fim de que o público seja o mandante de leis de segurança e políticas em prejuízo da liberdade. Ou também: criar uma crise econômica para fazer aceitar como um mal necessário o retrocesso dos direitos sociais e o desmantelamento dos serviços públicos.

3. Estratégia da gradação. Para fazer com que se aceite uma medida inaceitável, basta aplicá-la gradativamente, a conta-gotas, por anos consecutivos. É dessa maneira que condições socioeconômicas radicalmente novas (neoliberalismo) foram impostas durante as décadas de 1980 e 1990: estado mínimo, privatizações, precariedade, flexibilidade, desemprego em massa, salários que já não asseguram ingressos decentes, tantas mudanças que haveriam provocado uma revolução se tivessem sido aplicadas de uma só vez.

4. Estratégia do deferido. Outra maneira de se fazer aceitar uma decisão impopular é a de apresentá-la como sendo “dolorosa e necessária”, obtendo a aceitação pública, no momento, para uma aplicação futura. É mais fácil aceitar um sacrifício futuro do que um sacrifício imediato. Primeiro, porque o esforço não é empregado imediatamente. Em seguida, porque o público, a massa, tem sempre a tendência a esperar ingenuamente que “tudo irá melhorar amanhã” e que o sacrifício exigido poderá ser evitado. Isso dá mais tempo ao público para se acostumar com a ideia de mudança e de aceitá-la com resignação quando chega o momento.

5. Dirigir-se ao público como crianças de baixa idade. A maioria da publicidade dirigida ao grande público utiliza discurso, argumentos, personagens e entonação particularmente infantis, muitas vezes próximos à debilidade, como se o espectador fosse um menino de baixa idade ou um deficiente mental. Quanto mais se intente buscar enganar ao espectador, mais se tende a adotar um tom infantilizante. Por quê? “Se você se dirige a uma pessoa como se ela tivesse a idade de 12 anos ou menos, então, em razão da sugestão, ela tenderá, com certa probabilidade, a uma resposta ou reação também desprovida de sentido crítico como a de uma pessoa de 12 anos ou menos de idade (ver “Armas silenciosas para guerras tranquilas”).”

6. Utilizar o aspecto emocional muito mais do que a reflexão. Fazer uso do aspecto emocional é uma técnica clássica para causar um curto circuito na análise racional, e por fim ao sentido critico dos indivíduos. Além do mais, a utilização do registro emocional permite abrir a porta de acesso ao inconsciente para implantar ou enxertar ideias, desejos, medos e temores, compulsões, ou induzir comportamentos…

7. Manter o público na ignorância e na mediocridade. Fazer com que o público seja incapaz de compreender as tecnologias e os métodos utilizados para seu controle e sua escravidão. “A qualidade da educação dada às classes sociais inferiores deve ser a mais pobre e medíocre possível, de forma que a distância da ignorância que paira entre as classes inferiores e as classes sociais superiores seja e permaneça impossível para o alcance das classes inferiores (ver “Armas silenciosas para guerras tranquilas”).”

8. Estimular o público a ser complacente na mediocridade. Promover no público a ideia de que é moda o fato de ser estúpido, vulgar e inculto…

9. Reforçar a revolta pela autoculpabilidade. Fazer o indivíduo acreditar que é somente ele o culpado pela sua própria desgraça, por causa da insuficiência de sua inteligência, de suas capacidades, ou de seus esforços. Assim, ao invés de se rebelar contra o sistema econômico, o individuo se autodesvalida e se culpa, o que gera um estado depressivo no qual um dos efeitos é a inibição da ação. E, sem ação, não há revolução!

10. Conhecer melhor os indivíduos do que eles mesmos se conhecem. No transcorrer dos últimos 50 anos, os avanços acelerados da ciência têm gerado crescente brecha entre os conhecimentos do público e aqueles possuídos e utilizados pelas elites dominantes. Graças à biologia, à neurobiologia e à psicologia aplicada, o “sistema” tem desfrutado de um conhecimento avançado do ser humano, tanto física quanto psicologicamente. O sistema tem conseguido conhecer melhor o indivíduo comum do que ele mesmo conhece a si mesmo. Isso significa que, na maioria dos casos, o sistema exerce controle maior e grande poder sobre os indivíduos do que os indivíduos sobre si mesmos.

sábado, 16 de outubro de 2010

Os pardais sumiram dos quintais.


Há algum tempo eu comento com familiares e amigos, o sumiço dos pardais.
Era uma delicia curtir a algazarra vespertina desses passarinhos, empoleirados nas goiabeiras, jameloeiros, mangueiras, e amendoeiras, da vila onde nasci e me criei.

Os pardais fazem parte do santuário dos quintais suburbanos. Livres da espoliação, pelo seu nenhum valor comercial, era de se acreditar na companhia eterna desses bichinhos, antídotos alados, a impregnar de poesia o espaço citadino dominado pela fúria ruidosa dos motores.

Eis que leio na coluna do Joaquim Ferreira dos Santos – O Globo 27/06] :

Cadê os pardais?

“Os pardais estão sumindo”, confirma o diretor do Comitê Brasileiro de Registros Ornitólogos, Fernando Pacheco. “Não há um censo e as causas são desconhecidas, mas o sucesso reprodutivo dos pardais está prejudicado, talvez por uma doença ainda não identificada
.”

Não bastasse esse infortúnio, a prefeitura do Rio de Janeiro arranjou um modo de manchar a memória das avezinhas passerídeas, que nidificam, ou nidificavam, em habitações humanas – segundo, o mini Aurélio – batizando com seu nome, equipamentos instalados em esquinas, para multar motoristas distraídos.

Doravante, as novas gerações identificarão como pardais, a milionária indústria das multas de trânsito.

Meus amados irmãozinhos não mereciam este triste fim!

(Luiz Castello)

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

O Milagre dos Trópicos


MAMÃO - “ UM TESOURO AO SEU ALCANCE”

( LUCIA HELENA dos SANTOS )

O mamão (Carica papaya), originário da América Tropical, é uma das melhores frutas do mundo, tanto pelo seu valor nutritivo, como pelo poder medicinal. Cada parte desta planta é preciosa, a começar pelo tronco!
De sua parte interna, retira-se uma polpa, que depois de ralada e seca , assemelha-se ao côco ralado. É rica em propriedades nutritivas e aproveitada em alguns lugares no preparo de deliciosas rapaduras. O cozimento das raízes dá um tônico para os nervos que é também remédio para as hemorragias renais.
As folhas do mamoeiro, após secas à sombra, têm aplicação no preparo de agradável chá digestivo que pode ser dado livremente às crianças, pois não contém cafeína.
O suco leitoso extraído das folhas é o vermífugo mais enérgico que se conhece. Usa-se diluído em água.

Ainda é digestivo e cura feridas. Em diversos lugares, a medicina popular o utiliza para tratar eczemas, verrugas e úlceras.
Os índios preparam a carne envolvendo-a com folhas de mamoeiro por algumas horas antes de levá-la ao fogo. Este processo amacia a carne. Com as flores do mamoeiro macho prepara-se um maravilhoso xarope que combate a rouquidão, tosse, bronquite, gripe e indisposições gástricas causadas por resfriados. Coloca-se um punhado de flores, com um pouco de mel em vasilha resistente ao calor, mas que não seja de alumínio. Acrescenta-se um copo de água fervendo, tapando-se bem. Depois de esfriar, toma-se às colheradas, de hora em hora.

Com o fruto verde faz-se um doce maravilhoso! Pode-se também prepará-lo ensopado ou ao molho branco. É uma iguaria!


O mamão maduro:

        • é altamente digestivo;
        • tem mais vitamina C que a laranja e o limão;
        • contribui para o equilíbrio ácido-alcalino do organismo;
        • é diurético, emoliente, laxante e refrescante;
        • cura prisão de ventre crônica;
        • comido em jejum, pela manhã, faz bem ao estômago;
        • é eficaz contra a diabete, asma e icterícia;
        • bom depurativo do sangue ;
        • não pode faltar na alimentação da criança, pois favorece o seu crescimento.


Depois de comer-se o mamão, esfrega-se a parte interna da casca sobre a pele para tirar manchas, suavizar a cútis áspera e eliminar rugas.

Mastigar de 10 a 15 sementes frescas elimina vermes intestinais, regenera o fígado e limpa o estômago. Comidas em quantidade, são eficazes contra câncer e tuberculose.

Faltava dizer que qualquer uso que se faça de qualquer parte desta planta, traz consigo uma ação vermífuga poderosa, o que bastaria para destacar sua importância.