quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

Arnaud Rodrigues


Estive no sítio do Arnaud Rodrigues, em meados dos anos 90. Ficava perto de Itaboraí RJ, e chegava-se lá, por um longo atalho de terra batida, a partir da estrada principal. Ele candidatava-se à um cargo político pela região, e através do amigo de um casal de amigos, fui inserido no showmício, à bordo do caminhão ancorado na praça central.
Deixou-me a impressão de um cara generoso, divertido e largadão.
Passou o sábado inteiro de bermuda, descalço, sem camisa, à tardinha nos levou no boteco da área onde batia ponto, e desandou a contar
causos. Ficou rodeado de seus muitos amigos - gente simples da roça - que se divertia a valer com as narrativas. Parecia o ator no palco. Arnaud gesticulava, modificava a voz, fazia caretas engraçadíssimas, sem forçar nenhuma barra, era um artista 24 horas.
No show esteve presente,
Flávio Migliaccio, que foi uma espécie de padrinho da sua candidatura.
Domingo pela manhã, o casal responsável pela minha aventura queria partir imediatamente.
Ué !!! por que desistiram do almoço ?
Ledinha - vegetariana - descobriu que o prato do dia a ser servido por nosso amável anfitrião, seria a tradicional buchada de bode, ha ha ha.

Que a luz se faça, nessa nova fase da sua vida, meu irmão.
Luiz Castello.

sábado, 13 de fevereiro de 2010

Rio 42 graus


Como bom alquimista, que procura sempre reter o lado positivo das experiências, o calor insuportável do Rio me devolveu o prazer de beber água. Água à vera, não a pirateada com açúcares, corantes e tais.

Como é possível acreditar que os açúcares dos refrigerantes saciam a sede ? Propaganda faz milagres.

Quando jogava minhas peladas adolescentes na rua, voltava pra casa sedento, suado, sem camisa, abria a geladeira, o corpo quente, debaixo das broncas veementes de Dona Maria, e entregava minha garganta àquela sensação liquida e deliciosa. Reencontrei esta felicidade.

Tenho bebido água nesses dias, em quantidades generosas, alcancei inclusive a marca recomendada pelos especialistas – 1 copo à cada hora, 2 litros por dia – algo nunca dantes realizado nos dias de temperatura normal.

Arre égua ! hmmm...

Arre Água !

Luiz Castello.

domingo, 7 de fevereiro de 2010

O Caminho das Pedras

Chegou a hora dos artistas se apropriarem dos meios de produção da sua obra ?

Se a resposta for positiva, o que fazer então, com esses meios ?

Estamos anfíbios; gravamos nossos discos no sistema, mais ou menos velho de guerra – pagamos período de Studio, músicos , arranjadores etc – porém na hora de comercializar...

Acabei de gravar meu segundo CD, que tem o título de uma das canções “Boa Noticia “. Foi um investimento simples para os padrões ainda vigentes no processo fonográfico, graças à colaboração de amigos músicos e ao fato, dos arranjos e execuções em mid files, ficarem por minha conta e risco.

O velho circuito de shows, imprensa, marketing, eu tô fora, por não me considerar artista no sentido tradicional, do culto à personalidade.

Tenho algumas projeções mentais que entendo importantes de serem colocadas em forma de música popular, e quero que as pessoas tenham acesso à essas criações.

O mundo da net, se encaixa como uma luva no meu perfil, do ponto de vista da divulgação, não fosse um pequenino detalhe que desequilibra tudo : o reembolso da grana investida.

O que fazer ?

Colocar na net para free download ?

Cobrar ? Quem irá pagar por um CD desconhecido ?

Uma coisa é certa ; se pelo menos o retorno do que gastei na gravação não vier, dificilmente haverá um próximo.

O internético público amante da música, estará consciente e disposto a bancar, para transformar nossos CDs num produto auto-sustentável ?


Luiz Castello