sábado, 21 de março de 2009

Folhas de Outono



Mudar a estação no calendário , quase sempre significa, permanecer tudo do jeito que sempre foi. Esta minha impressão é reforçada quando leio o noticiário político, e me deparo com a volta dos que não foram.

Fernando Collor de Mello na presidência da Comissão de Infraestrutura do Senado, com o apoio decisivo do senador Renan Calheiros – aquele que teve uma filha fora do casamento com a jornalista Mônica Veloso, que recebia pensão mensal no valor de R$ 12 mil,paga por uma empresa do ramo da construção.

Tem Sarney na presidência do senado, Lula com Delfim, nadando por mares nunca dantes abandonados.

Esses homens não seguem o ritmo da natureza, que se renova à cada outono, com suas folhas recicladas, rotas alteradas, fragrâncias amenas, e chuvas que vivificam o íntimo da terra.

( Luiz Castello )


CANÇÃO DE OUTONO

Perdoa-me, folha seca,
não posso cuidar de ti.
Vim para amar neste mundo,
e até do amor me perdi.

De que serviu tecer flores
pelas areias do chão,
se havia gente dormindo
sobre o própro coração?

E não pude levantá-la!
Choro pelo que não fiz.
E pela minha fraqueza
é que sou triste e infeliz.
Perdoa-me, folha seca!
Meus olhos sem força estão
velando e rogando áqueles
que não se levantarão...

Tu és a folha de outono
voante pelo jardim.
Deixo-te a minha saudade
- a melhor parte de mim.
Certa de que tudo é vão.
Que tudo é menos que o vento,
menos que as folhas do chão...

( Cecília Meireles )

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