segunda-feira, 25 de abril de 2011

Camisa - Ela é a alma rubro-negra!


Mais uma vez, a mística da Camisa mostrou sua inesgotável capacidade de vencer adversidades.

Sem R10, e principalmente sem Leo Moura, retirado de campo no comecinho do jogo por falta desclassificante, as nuvens sombrias, que se formavam ameaçadoras antes mesmo do pontapé inicial, desabaram sobre minha cabeça.
Eu temi o pior, e pra completar, o soprador de apito validou gol em escandaloso impedimento.
Os guerreiros selvagens ainda tentaram tirar Renato e Willians na base da pancadaria, sob o olhar sempre complacente do soprador de apito.

Sem rumo, sem 2 de seus 3 craques, sem organização, a Camisa então resolveu entrar de sola na alma dos nossos jogadores.
O que eu vi no segundo tempo, foi um exército de camisas enlouquecidas correndo em direção à meta tricolor, e os tricoletes tremeram – quem não tremeria?

Juro, que no Fla x Flu das brumas do Engenhão, eu vi Almir pernambuquinho, Zico, Junior, Nunes, e tantos outros que em momentos decisivos, foram energizados pelo manto, e fizeram das tripas coração.

Essa Camisa tem sangue, pulmões, pâncreas, esôfago, traquéia, tem vida física, mas acima de tudo tem um coração que bate num ritmo diferente, impossível de explicar ou entender.

Só quem é flamenguista pode saborear no fundo da alma, as maravilhas que essa Camisa é capaz de realizar.


(Luiz Castello)

sábado, 23 de abril de 2011

Um santo com o jeitão do brasileiro.


O povão se identifica com São Jorge, por ele ser um santo guerreiro e vencedor. Ninguém quer se juntar à perdedores, né?
Não sigo nenhuma religião organizada, mas admiro a prática umbandista (Aum Bandha). Tem tudo a ver com a mistura das raças, o sincretismo, que é a cara do Brasil. E a estética é deslumbrante, com as pessoas vestidas de branco, dançando em roda, e entoando lindos cânticos (pontos) que exaltam forças da natureza; a mata, a cachoeira, a beira do rio, as ondas do mar...

terça-feira, 12 de abril de 2011

Se reformarem, é para piorar

JOÃO UBALDO RIBEIRO
O Estado de S.Paulo - 10/04/11

Desde que me entendo, ouço falar em reformas e as únicas que lembro ter visto efetivamente realizadas são as ortográficas. Já devo ter pegado umas quatro ou cinco e ainda encontrei muitos livros em orthographias extranhas, na bibliotheca de meu pae. Aprendi a ler no tempo em que a palavra "toda" se escrevia "tôda", para não ser confundida com o nome de uma tal ave, jamais vista por quem quer que seja. Jorge Amado perdeu a paciência, depois de fazer força para se adaptar a diversas ortografias. Uma vez, quando ele estava acabando de redigir um artigo ou prefácio, como sempre incentivando algum escritor novato, eu cheguei e ele me disse, datilografando as últimas palavras do texto, arrancando o papel da máquina e o entregando a mim:

- Ah, ótimo que você apareceu. Bote os acentos nessa merda aí, que eu não tenho mais saco para reaprender a soletrar de cinco em cinco anos.

Talvez eu esteja sendo injusto e tenha presenciado a realização e implantação de alguma reforma não ortográfica. Mas não aquelas que antigamente eram chamadas de "reformas de base" e consideradas essenciais para o desenvolvimento ou até a sobrevivência do País. Reforma agrária, reforma tributária, reforma judicial, reforma administrativa, reforma educacional e por aí se desfiam as benditas reformas, um longuíssimo rosário, impossível de recitar de cor. Ao mencionar-se sua necessidade ou urgência, todos assentem com ares graves - sim, sim, naturalmente, as reformas.

Contudo, passar da anuência à ação é aparentemente impossível. Reforma é uma coisa na qual se fala, mas não se faz. É excelente para comícios e entrevistas, mas não para agir. De vez em quando, um governante diz que fez uma reforma. Se não me engano, o ex-presidente Lula anunciou que fez uma ou duas reformas. Não lembro quais e provavelmente nem ele, são coisas do passado e ninguém viu reforma nenhuma mesmo.

Tenho uma teoria simples a respeito desse assunto. Todas as reformas, de todos os tipos, iriam prejudicar os que ganham com a manutenção do que está aí. Como o País, de cabo a rabo, em todos os níveis, em todas as classes e categorias, é essencialmente corrupto, a corrupção não deixa. Não existe setor da administração pública, novamente em todos os níveis e dimensões, que não seja território de uma ou diversas máfias, algumas das quais institucionalizadas e quase todas alimentadas por uma burocracia pervertida e feita para ensejar propinas, vender influência e fazer proliferar os despachantes e seus equivalentes mais graduados, os chamados consultores - entre estes últimos constando o hoje injustamente esquecido filho de d. Erenice.

Diante da realidade de que há quadrilhas em ação em todos os poderes, tanto de fora para dentro quanto de dentro para fora, não se vai acreditar que os beneficiários de determinado estado de coisas abdicarão de suas vantagens pelos belos olhos de quem quer que seja. Ouso mesmo dizer que, em muitas das áreas mafiosas, quem for fundo demais na investigação e na reforma corre o risco de morrer. São muitas as histórias de assassinatos realizados a mando de algum esquema de corrupção, pelo Brasil afora. Não escapa área nenhuma, a começar, simbolicamente, pelas próprias polícias.

E não escapa, naturalmente, o Congresso Nacional, onde, segundo as más línguas (observem meu uso copioso do adjetivo "alegado", ou quem vai preso sou eu) há alegados ladrões, alegados estelionatários, alegados salafrários e outros alegados, em tamanha fartura que desafia a contagem. Agora o Congresso está entregue à tarefa de realizar a reforma política, todo mundo fingindo que acredita que algo que prejudique os interesses imediatos dos congressistas será aprovado. E que o nosso sistema eleitoral está sendo aperfeiçoado.

Aperfeiçoado para eles. O que eles pretendem chega a parecer brincadeira, mas, infelizmente, não é. Querem, como se sabe, instituir o que já chamam afetuosamente de "listão". O eleitor não votará mais em um candidato, mas na lista elaborada pelo partido, na ordem estabelecida pelo partido. Atualmente, com a lista aberta, pelo menos o eleitor escolhe uma pessoa e essa pessoa, se bem votada, fatalmente se elege. Mas não vai haver mais esse direito. De agora em diante, com a lista fechada, o eleitor escolhe o partido com que se identifica e lhe entrega a escolha dos nomes que serão eleitos.

Só pode ser deboche. Que significa um partido político no Brasil, senão a conglomeração temporária de interesses que raramente são os da nação, mas de grupos, categorias ou indivíduos? Até os programas partidários não passam de florilégios de frases vagas e altissonantes, tais como o combate à desigualdade e a injustiça social, os projetos de inclusão, o desenvolvimento sustentável, a preservação do meio ambiente e outras generalidades, quem ouve um, ouve outro e, se o nome do partido fosse apagado, não haveria quem o distinguisse. Apareceu até um partido que se declara não ser de esquerda, nem de direita, nem de centro. Talvez seja o mais honesto deles todos, por mostrar que reconhece a realidade política brasileira. Aqui nenhum partido quer dizer nada mesmo e podiam usar todos a mesma sigla: PPPPP, Partido Pela Predação do Patrimônio Público, porque tudo o que seus membros aqui almejam é abocanhar a parte deles.

Agora vêm com essa novidade da lista fechada. Se já não nos é permitido dar palpite no uso do nosso dinheiro, daqui a pouco nos tirarão o direito de escolher nossos governantes. Ou seja, seremos mandados pelas organizações oligárquicas e caciquistas dos partidos. Seremos uma "democracia" governada por conluios e manobras escusas. Ou por 171, como queiram.

segunda-feira, 4 de abril de 2011

Uma ideia revolucionária.

O senador Cristovam Buarque apresentou um projeto que obriga os políticos (vereador, prefeito, governador, deputado etc) a matricularem seus filhos nas escolas públicas. O alcance social dessa medida é óbvio: nenhum politicão admitiria que sua dinastia estudasse nas condições precárias, ineficientes, promíscuas, em que se encontra a rede pública de ensino no nosso país, e como resultado, teriam que adotar, na marra, políticas de aperfeiçoamento do sistema educativo, para todos.

(Luiz Castello)

PROJETO DE LEI DO SENADO Nº 480, DE 2007

Determina a obrigatoriedade de os agentes públicos eleitos matricularem seus filhos e demais dependentes em escolas públicas até 2014.

SE VOCÊ CONCORDA COM A IDÉIA DO SENADOR, DIVULGUE ESSA MENSAGEM.

Ela pode, realmente, mudar a realidade do nosso país. O projeto PASSARÁ, SE HOUVER A PRESSÃO DA OPINIÃO PÚBLICA.

Clique aqui para apoiar o Projeto

(informações colhidas no site do professor Ivan Luiz: http://www.professorivanluiz.com.br/Tratado%C3%89tico/FatosPol%C3%ADticosRelevantes/tabid/307/Default.aspx)