domingo, 20 de novembro de 2011

Saudade do Maraca!

Saudade da geral
Saudade do cimento armado - podem me chamar de bronco, mas, cadeirinhas bem comportadas não combinam com torcida de futebol.
Saudade do biscoito de polvilho "Globo"
Saudade do Mate geladinho servido no copinho de papel
Saudade do Chicabon
Saudade da fogueirinha de papel na arquibancada no fim do jogo.
Saudade do papel picado, da Charanga, do gramado verdinho.
Saudade da marquise charmosa, que em jogos superlotados virava uma segunda arquibancada.
Saudade do momento em que acendiam-se os refletores.
Saudade da bola cor de abóbora, da rampa, da luz no fim do túnel.
Saudade do coro "Olê olá/ o nosso Mengo tá botando pra quebrar", e da versão alternativa "Olá olê/ o nosso Mengo tá botando pra 'fudê' ".
Saudade do grito coletivo de GOOOOOL!
Saudade do Vitório Gutemberg anunciando a escalação nos auto-falantes do estádio. - "A SUDERJ Informa: Clube de Regatas do... Flameeeengo", em meio a um mar de bandeiras agitadas.
Saudade da galera nos minutos finais, vitória garantida, despachando com música, a freguesia, "Ai ai ai ai, tá chegando a hora/ O dia já vem raiando meu bem/ Eu tenho que ir embora", em ritmo de samba.
Saudade que dói, no bordão inesquecível com que Waldir Amaral encerrava suas transmissões, através das ondas hertzianas: "Está deserto e adormecido, o gigante do Maracanã!"

E o amálgama de todas essas saudades, é a saudade que sinto do meu velho e querido pai me acordando nas manhãs de domingo, e cochichando: - "Fala pra sua mãe preparar o almoço cedo, que hoje nós vamos sair". Era a senha que anunciava outra tarde vibrante e colorida, no lugar mais mágico da minha infância.


(Luiz Castello)