quinta-feira, 23 de dezembro de 2010
quarta-feira, 8 de dezembro de 2010
As colheres de cabo comprido
Foram primeiro ao inferno. Ao abrirem uma porta, o homem viu uma sala em cujo centro havia um caldeirão de substanciosa sopa e à sua volta estavam sentadas pessoas famintas e desesperadas. Cada uma delas segurava uma colher, porém de cabo muito comprido, que lhes possibilitava alcançar o caldeirão mas não permitia que colocassem a sopa na própria boca. O sofrimento era grande.
Em seguida, Deus levou o homem para conhecer o céu. Entraram em uma sala idêntica à primeira: havia o mesmo caldeirão, as pessoas em volta e as colheres de cabo comprido. A diferença é que todos estavam saciados. Não havia fome, nem sofrimento.
"Eu não compreendo", disse o homem a Deus, "por que aqui as pessoas estão felizes enquanto na outra sala morrem de aflição, se é tudo igual?"
Deus sorriu e respondeu: "Você não percebeu?
É porque aqui eles aprenderam a dar comida uns aos outros."
(Autor desconhecido)
quarta-feira, 1 de dezembro de 2010
O verdadeiro choque de civilizações
"A expressão "choque de civilizações" como formato das futuras guerras da humanidade foi cunhada pelo fracasssado estrategista da Guerra do Vietnã Samuel P. Huntington. Para Mike Davis, um dos criativos pesquisadores norte-americanos sobre temas atuais como "holocaustos coloniais" ou "a ameaça global da gripe aviária", a guerra de civilizações se daria entre a cidade organizada e a multidão de favelas do mundo.
Seu recente livro "Planeta Favela"(2006) apresenta uma pesquisa minuciosa (apesar da bibiografia ser quase toda em inglês) sobre a favelização que está ocorrendo aceleradamente por todas as partes. A humanidade sempre se organizou de um jeito que grupos fortes se apropriassem da Terra e de seus recursos, deixando grande parte da população excluída. Com a introdução do neoliberalismo a partir de 1980 este processo ganhou livre curso: houve uma privatização de quase tudo, uma acumulação de bens e serviços em poucas mãos de tal monta que desestabilizou socialmente os países periféricos e lançou milhões e milhões de pessoas na pura informalidade. Para o sistema eles são "óleo queimado", "zeros econômicos", "massa supérflua" que sequer merece entrar no exército de reserva do capital.
Essa exclusão se expressa pela favelização que ocorre no planeta inteiro na proporção de 25 milhões de pessoas por ano. Segundo Davis 78,2% das populações dos países pobres é de favelados (p.34). Dados da CIA, de 2002, davam o espantoso número de 1 bilhão de pessoas desempregadas ou subempregadas favelizadas.
Junto com a favela vem toda a corte de perversidades, como o exército de milhares de crianças exploradas e escravizadas, como em Varanasi (Benares) na Índia na fabricação de tapetes, ou as "fazendas de rins" e outros órgãos comercializados em Madras ou no Cairo e formas inimagináveis de degradação, onde pessoas "vivem literalmente na m"(p.142).
Ao Império norte-americano não passaram desapercebidas as conseqüências geopolíticas de um "planeta de favelas". Temem "a urbanização da revolta" ou a articulação dos favelados em vista de lutas políticas. Organizaram um aparato MOUT (Military Operations on Urbanized Terrain: operações militares em terreno urbanizado) com o objetivo de se treinarem soldados para lutas em ruas labirínticas, nos esgoto, nas favelas, em qualquer parte do mundo onde os interesses imperiais estejam ameaçados.
Será a luta entre a cidade organizada e amedrontada e a favela enfurecida. Um dos estrategistas diz friamente:"as cidades fracassadas e ferozes do Terceiro Mundo, principalmente seus arredores favelados, serão o campo de batalha que distinguirá o século XXI; a doutrina do Pentágono está sendo reconfigurada nessa linha para sustentar uma guerra mundial de baixa intensidade e de duração ilimitada contra segmentos criminalizados dos pobres urbanos. Esse é o verdadeiro choque de civilizações"(p.205).
Será que os métodos usados recentemente no Rio de Janeiro com a militarização do combate aos traficantes nas favelas, com verdadeiras execuções, já não obedece a esta estratégia, inspirada pelo Império? Estamos entre os países mais favelizados do mundo, efeito perverso provocado por aqueles que sempre negaram a reforma agrária e a inclusão social das grandes maiorias pois lhes convinha deixá-las empobrecidas, doentes e analfabetas. Enquanto não se fizerem as mudanças de inclusão necessária, continuará o medo e o risco real de uma guerra sem fim."
sexta-feira, 19 de novembro de 2010
Eu tive um sonho
Eu tive um sonho
Que eu estava certo dia
Num congresso mundial
Discutindo economia
Argumentava
Em favor de mais trabalho
Mais emprego, mais esforço
Mais controle, mais-valia
Falei de pólos
Industriais, de energia
Demonstrei de mil maneiras
Como que um país crescia
E me bati
Pela pujança econômica
Baseada na tônica
Da tecnologia
Apresentei
Estatísticas e gráficos
Demonstrando os maléficos
Efeitos da teoria
Principalmente
A do lazer, do descanso
Da ampliação do espaço
Cultural da poesia
Disse por fim
Para todos os presentes
Que um país só vai pra frente
Se trabalhar todo dia
Estava certo
De que tudo o que eu dizia
Representava a verdade
Pra todo mundo que ouvia
Foi quando um velho
Levantou-se da cadeira
E saiu assoviando
Uma triste melodia
Que parecia
Um prelúdio bachiano
Um frevo pernambucano
Um choro do Pixinguinha
E no salão
Todas as bocas sorriram
Todos os olhos me olharam
Todos os homens saíram
Um por um
Um por um
Um por um
Um por um
Fiquei ali
Naquele salão vazio
De repente senti frio
Reparei: estava nu
Me despertei
Assustado e ainda tonto
Me levantei e fui de pronto
Pra calçada ver o céu azul
Os estudantes
E operários que passavam
Davam risada e gritavam:
"Viva o índio do Xingu!
"Viva o índio do Xingu!
Viva o índio do Xingu!
Viva o índio do Xingu!
Viva o índio do Xingu!
(Gilberto Gil)
sexta-feira, 12 de novembro de 2010
E onde eles estão aprendendo a escrever ?
Defendo a tese, de que por trás da informalidade, da escrita cifrada, dos muitos erros de ortografia, a net através de suas redes sociais, chats, blogs, promove um intenso exercício da língua portuguesa, e os frutos literários dessa prática espontânea e prazerosa, serão colhidos em vários níveis, num futuro próximo.
Mais próximo do que eu esperava.
No Blog do escritor e mestre em Literatura pela PUC-RS, Charles Kiefer, encontrei este texto, publicado no dia 26 de outubro de 2010:
"Escrever e ler, uma relação de causa e efeito"
"Na segunda-feira, estive na cidade de Barra do Ribeiro, fazendo palestra para jovens da Escola Carlos Pinto de Albuquerque. E, nesta escola, como em tantas outras que tenho visitado, me surpreendi com o número de alunos que acompanham este blog. Várias das perguntas que me fizeram saíram diretamente das leituras dos textos que tenho postado aqui.
Este é um fenômeno que já começamos a sentir na Universidade. Ao menos eu o sinto em minhas aulas de Escrita Criativa, na PUC. De quatro semestres para cá, tenho observado uma melhoria significativa no texto de meus alunos. Há duas semanas fiz uma prova, e que, no meu caso, são sempre dissertativas. E nunca dei tanta nota máxima quanto agora. Não que eu tenha mudado. Continuo chato e exigente como sempre. Meus alunos é que chegam à Faculdade de Letras com maior competência linguística, com melhor nível de raciocínio. E onde eles estão aprendendo a escrever? Na blogosfera.
Sugestão aos professores de ensino médio: incentivem os seus alunos a frequentar e manter blogs. Esta é uma ferramenta de auto-aprendizado muito importante. Insistam menos na necessidade de leitura e invistam mais na escritura. Ao compreender as enormes dificuldades que se apresentam àqueles que desejam escrever, os alunos, inevitavelmente, lerão mais. É uma relação de causa e efeito. Nem sempre a leitura gera vontade de escrever, mas escrever sempre gera vontade de ler mais e melhor.”
quinta-feira, 4 de novembro de 2010
Perseguição aos Nordestinos.
JAMES CIMINO – FOLHA.COM
DE SÃO PAULO
"O escritório Peixoto e Cury Advogados, de São Paulo, demitiu a estagiária e estudante de Direito, Mayara Petruso.
Ela é apontada como autora de um comentário racista no Twitter, feito logo após as eleições, responsabilizando os nordestinos pela vitória de Dilma Rousseff (PT).
“Nordestino não é gente. Faça um favor a SP: mate um nordestino afogado!”, teria escrito a estudante no microblog.
A declaração provocou reações dos internautas, que se posicionaram contra e, alguns, a favor. Mais tarde, ela cancelou seu perfil no Twitter, Facebook e Orkut.
“Com muito pesar e indignação, [o Peixoto e Cury Advogados] lamenta a infeliz opinião pessoal emitida, em rede social, pela mesma, da qual apenas tomou conhecimento pela mídia e que veemente é contrário, deixando, assim, ao crivo das autoridades competentes as providências cabíveis”, afirma o escritório na nota que confirma a demissão da estagiária.
A OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) de Pernambuco afirmou que irá pedir amanhã ao Ministério Público Federal, em São Paulo, a abertura de uma ação penal contra a estudante.
A estudante ainda não foi encontrada pela reportagem."
*O vídeo reúne algumas das incitações racistas, divulgadas pela estudante e seus amiguinhos.
sexta-feira, 29 de outubro de 2010
Voto útil. Voto fútil.
O Sistemão tem uma capacidade inesgotável de tirar vantagem das suas imperfeições, e ipso facto, autopreservar-se.
O voto útil foi transformado, de maneira sub-reptícia, em posicionamento político. "Não tem candidato que o represente, vote no menos ruim".
É a ideologia do conformismo, arraigada em outros setores da nossa vida. Alguns exemplos:
Você entra na farmácia com a receita de um remédio, e lá vem o farmacêutico: - Acabou, mas leva esse aqui que é a mesma coisa.
O vendedor da loja de roupas: - Ela não está apertada, quando você começar a usar, vai alargar.
Até na música popular, está inoculado o vírus conformista: "Quem não tem colírio, usa óculos escuro". "Se não tem carne, eu compro um osso e ponho na sopa, e deixa andar, deixa andar". "Às vezes passava fome ao meu lado, e achava bonito não ter o que comer".
Nessas eleições resolvi dar um basta na empulhação. Votarei em branco.
Relaxar e gozar ? Só se for com a mulher amada.
Que Deus ilumine suas consciências na hora de confirmar os votos.
Boa sorte para todos.
(Luiz Castello)
sábado, 23 de outubro de 2010
A Mídia na Berlinda
A bolinha de papel que nocauteou José Serra, colocou os veículos de comunicação de massa, na berlinda. Acho oportuno apresentar a lista das “Dez Estratégias de Manipulação Através da Mídia", cuja autoria é atribuída ao linguista estadunidense Noam Chomsky.
Dez estratégias de manipulação midiática
1. Estratégia da distração. O elemento primordial do controle social é a estratégia da distração que consiste em desviar a atenção do público dos problemas importantes e das mudanças decididas pelas elites políticas e econômicas, mediante a técnica do dilúvio ou inundações de contínuas distrações e de informações insignificantes. A estratégia da distração é igualmente indispensável para impedir o público de se interessar pelos conhecimentos essenciais, na área da ciência, da economia, da psicologia, da neurobiologia e da cibernética. “Manter a atenção do público distraída, longe dos verdadeiros problemas sociais, cativada por temas sem importância real. Manter o público ocupado, ocupado, ocupado, sem nenhum tempo para pensar; de volta à granja como os outros animais (citação do texto “Armas silenciosas para guerras tranquilas”).”
2. Criar problemas, depois oferecer soluções. Esse método também é chamado “problema-reação-solução”. Cria-se um problema, uma “situação” prevista para causar certa reação no público, a fim de que este seja o mandante das medidas que se deseja fazer aceitar. Por exemplo: deixar que se desenvolva ou se intensifique a violência urbana, ou organizar atentados sangrentos, a fim de que o público seja o mandante de leis de segurança e políticas em prejuízo da liberdade. Ou também: criar uma crise econômica para fazer aceitar como um mal necessário o retrocesso dos direitos sociais e o desmantelamento dos serviços públicos.
3. Estratégia da gradação. Para fazer com que se aceite uma medida inaceitável, basta aplicá-la gradativamente, a conta-gotas, por anos consecutivos. É dessa maneira que condições socioeconômicas radicalmente novas (neoliberalismo) foram impostas durante as décadas de 1980 e 1990: estado mínimo, privatizações, precariedade, flexibilidade, desemprego em massa, salários que já não asseguram ingressos decentes, tantas mudanças que haveriam provocado uma revolução se tivessem sido aplicadas de uma só vez.
4. Estratégia do deferido. Outra maneira de se fazer aceitar uma decisão impopular é a de apresentá-la como sendo “dolorosa e necessária”, obtendo a aceitação pública, no momento, para uma aplicação futura. É mais fácil aceitar um sacrifício futuro do que um sacrifício imediato. Primeiro, porque o esforço não é empregado imediatamente. Em seguida, porque o público, a massa, tem sempre a tendência a esperar ingenuamente que “tudo irá melhorar amanhã” e que o sacrifício exigido poderá ser evitado. Isso dá mais tempo ao público para se acostumar com a ideia de mudança e de aceitá-la com resignação quando chega o momento.
5. Dirigir-se ao público como crianças de baixa idade. A maioria da publicidade dirigida ao grande público utiliza discurso, argumentos, personagens e entonação particularmente infantis, muitas vezes próximos à debilidade, como se o espectador fosse um menino de baixa idade ou um deficiente mental. Quanto mais se intente buscar enganar ao espectador, mais se tende a adotar um tom infantilizante. Por quê? “Se você se dirige a uma pessoa como se ela tivesse a idade de 12 anos ou menos, então, em razão da sugestão, ela tenderá, com certa probabilidade, a uma resposta ou reação também desprovida de sentido crítico como a de uma pessoa de 12 anos ou menos de idade (ver “Armas silenciosas para guerras tranquilas”).”
6. Utilizar o aspecto emocional muito mais do que a reflexão. Fazer uso do aspecto emocional é uma técnica clássica para causar um curto circuito na análise racional, e por fim ao sentido critico dos indivíduos. Além do mais, a utilização do registro emocional permite abrir a porta de acesso ao inconsciente para implantar ou enxertar ideias, desejos, medos e temores, compulsões, ou induzir comportamentos…
7. Manter o público na ignorância e na mediocridade. Fazer com que o público seja incapaz de compreender as tecnologias e os métodos utilizados para seu controle e sua escravidão. “A qualidade da educação dada às classes sociais inferiores deve ser a mais pobre e medíocre possível, de forma que a distância da ignorância que paira entre as classes inferiores e as classes sociais superiores seja e permaneça impossível para o alcance das classes inferiores (ver “Armas silenciosas para guerras tranquilas”).”
8. Estimular o público a ser complacente na mediocridade. Promover no público a ideia de que é moda o fato de ser estúpido, vulgar e inculto…
9. Reforçar a revolta pela autoculpabilidade. Fazer o indivíduo acreditar que é somente ele o culpado pela sua própria desgraça, por causa da insuficiência de sua inteligência, de suas capacidades, ou de seus esforços. Assim, ao invés de se rebelar contra o sistema econômico, o individuo se autodesvalida e se culpa, o que gera um estado depressivo no qual um dos efeitos é a inibição da ação. E, sem ação, não há revolução!
10. Conhecer melhor os indivíduos do que eles mesmos se conhecem. No transcorrer dos últimos 50 anos, os avanços acelerados da ciência têm gerado crescente brecha entre os conhecimentos do público e aqueles possuídos e utilizados pelas elites dominantes. Graças à biologia, à neurobiologia e à psicologia aplicada, o “sistema” tem desfrutado de um conhecimento avançado do ser humano, tanto física quanto psicologicamente. O sistema tem conseguido conhecer melhor o indivíduo comum do que ele mesmo conhece a si mesmo. Isso significa que, na maioria dos casos, o sistema exerce controle maior e grande poder sobre os indivíduos do que os indivíduos sobre si mesmos.
sábado, 16 de outubro de 2010
Os pardais sumiram dos quintais.
Há algum tempo eu comento com familiares e amigos, o sumiço dos pardais.
Era uma delicia curtir a algazarra vespertina desses passarinhos, empoleirados nas goiabeiras, jameloeiros, mangueiras, e amendoeiras, da vila onde nasci e me criei.
Os pardais fazem parte do santuário dos quintais suburbanos. Livres da espoliação, pelo seu nenhum valor comercial, era de se acreditar na companhia eterna desses bichinhos, antídotos alados, a impregnar de poesia o espaço citadino dominado pela fúria ruidosa dos motores.
Eis que leio na coluna do Joaquim Ferreira dos Santos – O Globo 27/06] :
Cadê os pardais?
“Os pardais estão sumindo”, confirma o diretor do Comitê Brasileiro de Registros Ornitólogos, Fernando Pacheco. “Não há um censo e as causas são desconhecidas, mas o sucesso reprodutivo dos pardais está prejudicado, talvez por uma doença ainda não identificada.”
Não bastasse esse infortúnio, a prefeitura do Rio de Janeiro arranjou um modo de manchar a memória das avezinhas passerídeas, que nidificam, ou nidificavam, em habitações humanas – segundo, o mini Aurélio – batizando com seu nome, equipamentos instalados em esquinas, para multar motoristas distraídos.
Doravante, as novas gerações identificarão como pardais, a milionária indústria das multas de trânsito.
Meus amados irmãozinhos não mereciam este triste fim!
(Luiz Castello)
quinta-feira, 14 de outubro de 2010
O Milagre dos Trópicos
MAMÃO - “ UM TESOURO AO SEU ALCANCE”
( LUCIA HELENA dos SANTOS )
O mamão (Carica papaya), originário da América Tropical, é uma das melhores frutas do mundo, tanto pelo seu valor nutritivo, como pelo poder medicinal. Cada parte desta planta é preciosa, a começar pelo tronco!
De sua parte interna, retira-se uma polpa, que depois de ralada e seca , assemelha-se ao côco ralado. É rica em propriedades nutritivas e aproveitada em alguns lugares no preparo de deliciosas rapaduras. O cozimento das raízes dá um tônico para os nervos que é também remédio para as hemorragias renais.
As folhas do mamoeiro, após secas à sombra, têm aplicação no preparo de agradável chá digestivo que pode ser dado livremente às crianças, pois não contém cafeína.
O suco leitoso extraído das folhas é o vermífugo mais enérgico que se conhece. Usa-se diluído em água.
Ainda é digestivo e cura feridas. Em diversos lugares, a medicina popular o utiliza para tratar eczemas, verrugas e úlceras.
Os índios preparam a carne envolvendo-a com folhas de mamoeiro por algumas horas antes de levá-la ao fogo. Este processo amacia a carne. Com as flores do mamoeiro macho prepara-se um maravilhoso xarope que combate a rouquidão, tosse, bronquite, gripe e indisposições gástricas causadas por resfriados. Coloca-se um punhado de flores, com um pouco de mel em vasilha resistente ao calor, mas que não seja de alumínio. Acrescenta-se um copo de água fervendo, tapando-se bem. Depois de esfriar, toma-se às colheradas, de hora em hora.
Com o fruto verde faz-se um doce maravilhoso! Pode-se também prepará-lo ensopado ou ao molho branco. É uma iguaria!
O mamão maduro:
- é altamente digestivo;
- tem mais vitamina C que a laranja e o limão;
- contribui para o equilíbrio ácido-alcalino do organismo;
- é diurético, emoliente, laxante e refrescante;
- cura prisão de ventre crônica;
- comido em jejum, pela manhã, faz bem ao estômago;
- é eficaz contra a diabete, asma e icterícia;
- bom depurativo do sangue ;
- não pode faltar na alimentação da criança, pois favorece o seu crescimento.
Depois de comer-se o mamão, esfrega-se a parte interna da casca sobre a pele para tirar manchas, suavizar a cútis áspera e eliminar rugas.
Mastigar de 10 a 15 sementes frescas elimina vermes intestinais, regenera o fígado e limpa o estômago. Comidas em quantidade, são eficazes contra câncer e tuberculose.
Faltava dizer que qualquer uso que se faça de qualquer parte desta planta, traz consigo uma ação vermífuga poderosa, o que bastaria para destacar sua importância.