segunda-feira, 8 de junho de 2009

A Guerra Civil nas nossas Cidades


Eu queria, de fato, iniciar mais uma semana, contando alegrias, inoculando esperanças, espalhando uma nova epidemia de amor, que jamais fôsse erradicada da face da Terra. Mas, a guerra civil entronizada nas nossas cidades, fazendo vítimas cada vez mais próximas, não deixa meu cavalo Pégaso singrar esses céus.

A guerra não declarada, não discutida nas reuniões da ONU. A guerra sem ideologia visível, tem como conseqüência mais repugnante, a banalização da morte.

Mata-se seres humanos por qualquer motivo e por nada. Mata-se à vista ( diante das famílias) e à prazo. Virou rotina diante das nossas retinas.

A morte, que virou um grande negócio cinematográfico. Basta conferir qualquer sessão apresentada no horário nobre da televisão brasileira.

Ela é mostrada, inclusive em novelas, como um grande show de efeitos visuais. São corpos e mais corpos perfurados, por todos os calibres, corpos incinerados, pendurados em arames farpados, jogados ao fundo do mar, tem carnificina para os mais requintados apetites.

Nossos corpos viraram, nas mãos de uma parte apodrecida e gasta da humanidade, objeto de um consumo macabro e infeliz, show business, a entreter uma outra parte insana de espectadores, impúberes psíquicos, cuja massa cinzenta do cérebro é tratada como banquete de hienas.

Corpos esplêndidos, o verdadeiro santuário do Espírito Santo, o resultado de miríades de etapas na escala evolutiva, o Vaso Sagrado plasmado para receber o néctar da Divindade. Nossos abençoados corpos, carruagem respladescente a conduzir nossas almas pelos caminhos da reencarnação !

Nesse fim de semana fui pego por uma notícia dessas que virou rotina na cidade.

O filho de um amigo de infância foi estupidamente executado por bandidos, pela simples razão de ter parado com o carro da prefeitura – ele era motorista profissional – diante de um território ocupado pelos traficantes.

O Traficantado que circunda a Avenida Automóvel Clube ( subúrbio do RJ) confundiu o rapaz, que estava uniformizado, com policiais, motivo suficiente para o tribunal do crime, decretar e executar, sua pena de morte.

Nada mais tenho a comentar sôbre o assunto.Apenas abraçar meu amigo e ser solidário com sua familia, que já havia sido traumatizada, quando o irmão de sua mãe – Dona Clotilde - foi assassinado pelo sócio, numa morte encomendada, com fins lucrativos.

Dona Maria me dizia “corta o cabelo com a Clotilde, não é qualquer pessoa que pode pegar na nossa cabeça, meu filho “.

O que posso fazer para amenizar a dor de Dona Clotilde ?

[Luiz Castello]

3 comentários:

  1. Quem estiver com dificuldades para postar seu comentário, eu recomendo o seguinte:

    1. Depois de escrever, clique na janelinha "comentar como:" verifique as opções, e em último caso, escolha postar como "anônimo".
    2. Clique em "postar comentário".
    3. Se aparecer um quadro com verificação de palavras, é só copiar.
    4. Se voltar clique de novo em "postar comentário".

    Esses procedimentos tem dado certo.

    Beijo fraterno do Castello.

    ResponderExcluir
  2. É abraçar a família e rezar por ela. Nada mais a fazer eu penso.´
    Cê tá no caminho certo. A família agora precisa é de conforto!!

    ResponderExcluir
  3. É isso Rosaninha. Muita oração, porque contar com a secretaria de segurança, tá difícil.Nunca imaginei que fôsse viver um tempo em que policiais seriam caçados por bandidos na rua.
    É o gato fugindo do rato...

    ResponderExcluir

Aqui é onde voce escreve seu texto no blog.