O Aniversário de Nascimento Material de Dona Maria

No primeiro momento em que me senti órfão de mãe, olhei no espelho e fiquei procurando traços que ela havia deixado em mim. Os cabelos ondulados, as artérias visíveis no nariz, o desenho da testa, todo esse conjunto serviria para ressuscitá-la no plano físico, através de mim. Tamanho era, o meu doce desatino.

Se encarnada estivesse, Dona Maria estaria completando hoje, 25 de Abril, 89 primaveras ( outonos ).

Prefiro dizer primaveras, a estação das flores, a estação do Meier, do Jardim do Meier, que ela tanto amou em vida física, atraída inicialmente pelas batalhas de confete estreladas por Emilinha, irmãs Batista, Orlando Silva, Marlene...

É bem ali no seio desse belo jardim que , a mais preciosa flor da minha vida dorme seu sono feliz e profundo.

E como falar na ausência da Dona Maria sem que uma rosa se desprenda do coração ?

Mas, eu quero deixar no ar, nessa minha singela declaração de amor, uma página de alegria, que foi a sua tônica dos melhores dias.

Aquele riso sem fronteiras, amplificado, que ultrapassava os quintais e desfilava pelas ruas. Aquela gargalhada brasileira !

Outra referencia sonora que ela grudou nos meus ouvidos para sempre é a voz do acordeon.

Nunca conheci ninguém que amasse tanto um instrumento, como Dona Maria amava seu acordeon !

Tentei colocar no post um vídeo que acabei de fazer, com a canção “Espelho da Divindade” que eu escrevi logo após sua partida, mas a postagem não passa em linha a URL.

Sem problemas. Na barra de video, do lado esquerdo do blog onde tá escrito "A Música dos Peregrinos do Ocidente. Compacto Duplo" num dos quadros, voce pode assistir o video com a canção “Espelho da Divindade”.

Todo disco que eu gravar, ou produzir, terá sempre presente uma intervenção do acordeon da Dona Maria.

Minha mãezinha querida, amor da minha vida, que brilha intensamente dentro de mim.

( Luiz Castello )