Nosso drama cosmogenético começa com o suicídio.
As primeiras raças que povoaram a Terra possuíam um corpo físico constituído de matéria sutil, quase transparente. A humanidade mantinha visão e vivência da vida eterna, a massa de substância fina que revestia seu espírito, não tolhia o contato consciente com a pátria divina.
Ainda assim, algumas criaturas se rebelaram com o leve fardo que carregavam. Não perceberam que, se por um lado o invólucro carnal lhes tirava uma nesga do paraíso, a recompensa vinha através da experimentação de novas formas de vida, pois, "a casa de meu Pai possui muitas moradas". Recusaram-se a seguir o novo plano da criação. Uma vez encarnados, desligavam o liame que prendia seu espírito à matéria. Esse suicídio original, obrigou os excelsos Senhores do Karma a tomar uma atitude que mudaria nossa história.
O portal da percepção foi lacrado, e o convívio consciente com a vida eterna, perdido. Acabou a mamata, e o medo de morrer passou a fazer parte do nosso cotidiano.
Portanto, a morte é uma medida provisória que será revogada quando os seres humanos tomarem juízo, e reciclarem a vida-consciência. Sabemos da existência de homens que vestem coletes recheados de explosivos. Acreditam, de uma certa maneira, na eternidade, mas transformam essa crença numa arma assassina, contra si e contra todos. Nem é bom pensar o que explodiriam, se fossem dotados daquela certeza da imortalidade, presente nas primeiras raças.
Assim caminha a humanidade, sem saber como utilizar para o bem de todos, e felicidade geral das nações, os tesouros que recebe do Eterno na face da Terra.
Luiz Castello ( o centésimo post)