sábado, 26 de setembro de 2009

O deus-mercado.



Como você respeita deuses injustos ?”

( Xenófanes – filósofo grego do século V , A.C. )


O sumo sacerdote da doutrina capitalista, Milton Friedman, em suas encíclicas sentencia que fora das leis do mercado não existe salvação para a humanidade.

Tudo está em permanente evolução, e o mercado, que participa desse movimento contínuo, perdeu sua função original de local onde se realizava o escambo entre produtores de bens e mercadorias, e ganhou novos contornos.
Evoluiu tanto que adquiriu um significado e poder acima da humana compreensão - com a honrosa exceção de sua eminência Friedman.

Diáriamente ouvimos dizer que o mercado está assim, acordou assado, é preciso estabilizar o mercado, acalmar o mercado, incrementar o mercado.
Essa entidade sem rosto, sem residencia fixa, CPF, passaporte, tem mais vida e concretude que qualquer um de nós.

No passado, os amonitas ( etnia que habitava Canaã ), sacrificavam seus recém-nascidos jogando-os em fogueiras para aplacar a ira do deus Moloch.

Moloch mudou de nome, abandonou as cavernas para ocupar os modernos prédios das bolsas de valores, e conquistou adeptos entre economistas e investidores, com suas tábuas da lei – do mercado - que sacrificam milhares de seres humanos quando esses não se encaixam nos estreitos limites dos seus dogmas.

Nos tempos atuais, dependendo do tipo de aporrinhação que comece a encolerizar o deus-mercado, as medidas adotadas para acalmá-lo podem colocar no olho da rua milhares de trabalhadores, da noite pro dia.
E 40 mil crianças são imoladas, à cada volta que o planeta Terra dá sôbre si mesmo, em consequencia das contradições e chiliques do todo poderoso deus-mercado.

Que bonito é, superar fases primitivas da evolução. É ótimo, atualizar nossos deuses.

Alguem sabe informar se o dólar abriu em alta no mercado de divisas ?


(Luiz Castello)

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