sábado, 15 de agosto de 2009

O Conhecimento que Liberta.


Os Vedas.

O dia 9 de agosto marca o aparecimento no mundo material, de Srila Prabhupada, um dos grandes filósofos indianos do século XX. Sua Divina Graça, merece um post especial, o que será feito oportunamente.

Hoje reproduzirei um dos seus textos que fala sôbre “Os Vedas”, um conjunto de livros sagrados que aborda todos os campos do conhecimento humano.

Prabhupada, além de erudito, foi um grande Vaisnava – devotos de Visnu - possuindo então a vivência plena e prátida da cultura védica, que extrapola as fronteiras da India, para constituir-se num patrimônio universal da humanidade.

( Luiz Castello )


“O que são os Vedas?

A Raiz verbal sânscrita de veda pode receber várias interpretações, mas o significado acaba sendo um. Veda significa conhecimento. Qualquer conhecimento que se aceite é Veda, pois os ensinamentos transmitidos nos Vedas são o conhecimento original.
No estado condicionado, nosso conhecimento está sujeito a muitos defeitos. A diferença entre a alma condicionada e a alma liberada é que a alma condicionada tem quatro espécies desses defeitos, (1) ela não pode deixar de cometer erros, (2) iludir-se, (3) é propensa a enganar os outros e, (4) os sentidos são imperfeitos.
Os Vedas não são compilações do conhecimento humano. O conhecimento védico vem do mundo espiritual, do Senhor Krishna. Outro nome para os Vedas é sruti. Sruti refere-se ao conhecimento que se adquire ouvindo; não é conhecimento experimental. Os Vedas ensinam que para compreender o conhecimento transcendental, temos que ouvir a autoridade.
O primeiro ser criado foi Brahmã. Ele recebeu esse conhecimento védico, e o transmitiu a Narada e a outros discípulos e filhos, os quais também o distribuíram a seus discípulos. Dessa maneira o conhecimento védico é transmitido através de sucessão discipular. Confirma-se também no Bhagavad-gita que este é o processo pelo qual o conhecimento védico passa a ser compreendido.
Em consciência de Krishna nossa fonte de conhecimento, o Bhagavad-gita, vem diretamente de Krishna. Publicamos o Bhagavad-gita Como Ele É porque aceitamos o que Krishna fala sem nenhuma interpretação. Isto é conhecimento védico.
Originalmente, havia apenas um Veda, e não havia necessidade de lê-lo. As pessoas eram tão inteligentes e tinham memórias tão aguçadas que compreendiam-no mesmo após o mestre espiritual recitá-lo uma única vez. Porém, para as pessoas dessa era, Vyasadeva, há cinco mil anos, passou a escrever os Vedas. Ele sabia que, com o decorrer do tempo, as pessoas teriam vida curta, suas memórias seriam muito fracas e suas inteligências não muito aguçadas. Foi por isso que passou a ensinar esse conhecimento védico sob a forma escrita. Ele dividiu os Vedas em quatro: Rg, Sãma, Atharva, e Yajur. Então, deixou-os a cargo de seus diferentes discípulos. Levou em conta a classe feminina e os sudras (a classe operária) e os dvija-bandhus. Dvija-bandhus refere-se àqueles que nascem em família elevada, mas não tem a devida qualificação. Um homem que nasce numa família de brahmana, mas não tem qualificação brahmínica, chama-se dvija-bandhu. Para essas pessoas Vyasadeva compilou o Mahabharata, chamado a história da Índia, e os dezoito Puranas. Compõem a literatura védica os Puranas, o Mahabharata, os quatros Vedas em si e os Upanisads. Por fim, na obra chamada Vedanta-sutra, Vyasadeva resumiu para os eruditos e filósofos o conhecimento védico. O Vedanta-sutra é a palavra final dos Vedas.
Vyasadeva pessoalmente escreveu o Vedanta-sutra sob a instrução de seu guru, Narada. Ainda assim, Vyasadeva continuava insatisfeito. Esta é uma longa história, descrita no Srimad- Bhagavatam. Então Narada, seu mestre espiritual, instruiu-o: “Passa a explicar o Vedanta-sutra”. Vedanta “significa conhecimento último”, e o conhecimento último é Krishna. Krishna diz que todos os Vedas servem para as pessoas compreendê-lO: vedanta-krd veda-vid eva caham, “Sou o compilador do Vedanta-sutra, e o conhecedor dos Vedas”. Portanto o objetivo último é Krishna.
O Srimad-Bhagavatam começa com as mesmas palavras que abrem o Vedanta-sutra: janmady asya yatah (Deus é o início de tudo). E o Srimad-Bhagavatam explica na íntegra este janmady asya yatah. O Vedantha-sutra apenas sugere o que é Brahman, a Verdade Absoluta: “A Verdade Absoluta é aquele de quem tudo emana”. Este é apenas um resumo mas tudo está explicado pormenorizadamente no Srimad-Bhagavatam. Se tudo emana da Verdade Absoluta, então qual é a natureza da Verdade Absoluta? Isto está explicado no Srimad-Bhagavatam.
A Verdade Absoluta tem que ser consciência. Ele á auto-refulgente (sva-rat). Desenvolvemos nossa consciência e conhecimento recebendo o conhecimento que outros nos transmitem, mas afirma-se que Krishna é auto-refulgente. O resumo total do conhecimento védico é o Vedanta-sutra.
Por fim, pedimos àqueles que estão realmente em busca do conhecimento védico que tentem compreender a explicação de todo o conhecimento védico, recorrendo ao Srimad-Bhagavatam e ao Bhagavad-gita”.

Fonte: Sri Isopanisad / A. C. Bhaktivedanta Swami Prabhupada; (tradução e redação de Isvara dasa e Indrasarana dasa). 8. ed. – São Paulo: Bhaktivedanta, 1999.

Um comentário:

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    Beijo fraterno do Castello.

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