quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

Doze anos

Hoje está fazendo doze anos que minha mãe abandonou o mundo das formas materiais.
Doze anos de saudade infinda.
Mais do que um ciclo astrológico, do que as notas da escala musical, a saudade da minha mãe é uma saudade-adolescente. Respira, fala, anda ao meu lado pelas calçadas da vida.

Todo dia a saudade cresce um pouquinho, nas samambaias da varanda, no vira-latinha da hora, na asa branca, no feijão com arroz, no cafezinho, na praça, no quintal, no meu coração.

Está ficando mocinha, a saudade dela. E a música - herança maior que ela me deixou - realiza o milagre de desabrochar a ferida em flor.


(Luiz Castello)